O crescimento da consciência
ambiental e as novas regulamentações ambientais forçam as indústrias a
procurarem novos plásticos mais ecológicos para os seus produtos, em aplicações
que são utilizadas em curtos períodos de tempo antes de se tornarem resíduos.
Sem melhorias no gerenciamento de resíduos, 99 milhões de toneladas de
plásticos não-controlados podem chegar ao meio ambiente até 2030. Dentre os
plásticos mais utilizados estão o polipropileno (PP), polietileno de alta
densidade (PEAD) e de baixa densidade (PEBD), que são produzidos a partir de
combustíveis fósseis, causando um impacto ambiental negativo como a geração de
resíduos que permanecem durante milhares de anos no meio ambiente, causando um
impacto ambiental negativo. Assim, atualmente há um elevado interesse na
produção de polímeros biodegradáveis.
Os bioplásticos desenvolvidos a
partir de recursos naturais são um substituto viável dos polímeros não
renováveis por serem biodegradáveis, ou seja, os seus componentes são
decompostos e devolvidos ao meio ambiente sob a forma de dióxido de carbono
(CO2), água (H2O), minerais e biomassa. Assim, existe atualmente um elevado
interesse na produção desses polímeros, podendo ser derivados de recursos
fósseis ou naturais, como a celulose que é o principal componente existente nas
plantas e é encontrada nas fibras vegetais.
O pesquisador Dr. Adilson Beatriz e
sua orientanda Selma R. Costa, ambos do Instituto de Química (INQUI) da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, apresentaram no IX Encontro do
Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas & II Simpósio em
Biotecnologia (realizado de 25 a 27 de novembro de 2020) dois protótipos de
bioplástico usando como matéria prima o camalote e a taboa, plantas aquáticas populares
na região do Pantanal Sul-mato-grossense. O estudo se baseia na produção de um
polímero biodegradável com baixo impacto no meio ambiente, apresentando várias
formas de aplicações, como na forma de sacolas para armazenamento ou biofilmes
com baixo custo de produção.
O objetivo do projeto de pesquisa é avaliar o potencial de uso da celulose combinada com látex na produção de bioplástico utilizando o camalote (Eichhornia crassipes) e a taboa (Typha domingensis). No processo de preparação do biopolímero, as espécies coletadas foram secas e trituradas, a celulose foi extraída e branqueada em solução de hidróxido de sódio, hipoclorito de sódio e ácido acético. Os experimentos resultaram em dois protótipos, um de cada espécie, que atualmente seguem sendo analisados para que suas propriedades físico-químicas sejam otimizadas e futuramente competir no mercado com os demais plásticos e bioplásticos.
Selma Rodrigues Costa
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