Pesquisa aponta que não há evidências de eficácia do tratamento com monoterapia de Alilamina para leishmaniose cutânea.
Um grupo de pesquisadores holandês, realizou uma revisão sistemática em projetos em que foram citados o medicamento Alilamina em registros de ensaios clínicos, de 2018 até 24 de Maio de 2020, para verificar sua eficácia e a segurança no tratamento da leishmaniose cutânea e mucocutânea. O critério para que a pesquisa fosse inserida na busca foi definido após a inserção da revisão em um banco de dados chamado PROSPERO sob o registro CRD42018090687 em 2018. Seguiu-se então os critérios de itens de Relatório para diretriz de revisão sistemática e meta analises PRISMA, solicitando a um especialista em informações médicas as análises da pesquisas nos bancos de dados eletrônicos sobre leishmaniose e Alilaminas, usando termos controlados e palavras-chave.
A busca nos bancos de dados identificou 312 publicações, dos quais 75 foram incluídos para avaliação do teste, que após triagem, 22 artigos foram incluídos na revisão. Tiveram um único ensaio clínico randomizado controlado e bem desenhado do autor Farajzadeh e colaboradores, que comparou a eficácia do tratamento de Terabinafina oral com o Antimoniato de Meglumina intramuscular, que mostrou uma taxa de cura inferior e não significativa para a Terbinafina de 38% em comparação com 53% do Antimoniato de Meglumina. Os resultados dos ensaios clínicos com Terbinafina que foram relatados nos artigos, mostraram taxas de 14% e 15% de cura, porém os estudos estão com falta de alguns experimentos, então os dados devem ser interpretado com cautela.
Portanto, esta revisão sistemática mostra que não há eficácia da monoterapia com Alilamina contra leishmaniose cutânea e mucocutânea, e os pesquisadores sugerem outros ensaios com a Alilamina, para que sejam computados um ensaio com desenho adequado, e assim os testes in vitro possam alcançar concentrações eficazes no tratamento cutâneo. Por fim, espera-se que nos efeitos sinergéticos in vitro de Alilamina combinadas com drogas triazois, como Fluconazol, seja explorada com maior aprofundamento e assim comprovar melhores resultados no tratamento da leishmaniose cutânea e mucocutânea.
Esta revisão sistemática foi publicada na revista PLOS ONE 16(4): e0249628. doi:10.1371/journal.pone.0249628, com o título “Safety and efficacy of allylamines in the treatment of cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis: A systematic review.” Artigo R ecebido em 24 de julho de 2020, aceito em 22 de março de 2021 e publicado em 7 de abril de 2021. Link para acesso: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0249628
Maria Helena Fermiano, 5 de julho de 2021.
Referências
Bezemer JM, van der Ende J, Limpens J, de Vries HJC, Schallig HDFH (2021) Safety and efficacy of allylamines in the treatment of cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis: A systematic review. Plos One16(4): e0249628. doi:10.1371/journal.pone.0249628
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância da leishmaniose tegumentar [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 189 p. : il.
Farajzadeh S, Esfandiarpour I, Haghdoost AA, Mohammadi S, Mohebbi A, Mohebbi E, et al. Comparison between Combination Therapy of Oral Terbinafine and Cryotherapy versus Systemic Meglumine Antimoniate and Cryotherapy in Cutaneous Leishmaniasis: A Randomized Clinical Trial. Iranian J Parasitol. 2015;10(1):1–8. pmid:25904940
Referência da figura
https://www.drakeillafreitas.com.br/leishmaniose-cutanea-tegumentar/
Comentários
Postar um comentário