O Pantanal é uma extensa planície composta por vários tipos de áreas úmidas
contínuas. Encontra-se localizado na América do Sul, inserido na Bacia
Hidrográfica do Alto Paraguai, na região Centro-Oeste do Brasil. No Brasil,
abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul além de estar também
inserido na Bolívia e Paraguai. Em função de sua importância e diversidade
ecológica, o Pantanal é considerado pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Patrimônio Natural Mundial e Reserva
da Biosfera. Contudo, esse precioso patrimônio se encontra em risco de
destruição devido às reincidentes ocorrências de incêndios no bioma Pantanal. Em
2020, quase um terço do Pantanal ficou em chamas. Quatro milhões de hectares de
floresta, savana e arbustos pegaram fogo desde janeiro. Quase todos os
territórios indígenas e instalações de conservação foram queimados, assim como
muitas propriedades rurais. Os danos ambientais imediatos ocasionados pelos
incêndios no Pantanal têm causado a nível local: destruição da cobertura
vegetal, impacto do fogo na biota do solo, impacto direto na fauna (animais são
queimados vivos) e indireto na fauna (perda da alimentação dos herbívoros devido
à destruição da vegetação, o que gera desequilíbrio em toda a cadeia alimentar).
Em médio prazo ocorrerá a descaracterização do bioma Pantanal e perda da
biodiversidade. A nível global haverá grande emissão de gases metano (de efeito
estufa) para a atmosfera, devido à presença de carbono na matéria orgânica
acumulada, ocasionando em longo prazo alterações climáticas prejudiciais ao
planeta. Vale salientar que os impactos dos incêndios foram sentidos em todo o
país. A fumaça se espalhou por milhares de quilômetros, reduzindo a qualidade do
ar em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Os estados do sul experimentaram
pancadas de chuva negra. Os incêndios afetaram a economia do Brasil, reduzindo o
investimento estrangeiro, bem como setores como viagens aéreas e turismo, que já
foram duramente atingidos pela pandemia. Um mundo em aquecimento e em rápida
mudança exige uma nova abordagem proativa para combater os incêndios florestais.
Fátima Ale El Seher
Referência: Projeto de pesquisa da doutoranda Fátima Ale El
Seher no Programa de Doutorado em Biotecnologia na UFMS.
Excelente texto!
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